7 de out. de 2008

Mulheres com alto poder aquisitivo são maioria no consumo de orgânicos



Alto grau de escolaridade, renda familiar elevada e predominantemente do sexo feminino. Esse é o perfil do consumidor de alimentos orgânicos no Distrito Federal, segundo estudo realizado pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB). O retrato foi obtido a partir de pesquisa coordenada pela professora Ana Maria Resende Junqueira e conduzida pelo engenheiro agrônomo Maurício Júnio Gomes, que foi orientado por ela e utilizou as informações para compor sua monografia de final de curso.De 400 consumidores entrevistados em um grande supermercado, em feiras orgânicas e na Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa-DF), 72% eram mulheres. Quanto ao nível de estudo, 50% do total de respondentes tinham curso superior completo e 27% tinham pós-graduação. Por fim, com relação à situação econômica, 59% dos participantes declararam ter renda familiar acima de R$ 5 mil.De acordo com a professora Ana Maria Junqueira, a presença maciça de mulheres no rol dos consumidores fiéis de produtos orgânicos pode ser explicada com base em fatores culturais. "Quem adquire alimentos para o lar, culturalmente, é a mulher. Ela vai às compras, a decisão fica nas mãos delas", afirma. Ana Maria relata ainda que 88% dos entrevistados - incluindo muitas mulheres - colocaram a preocupação com a saúde como principal motivo para aquisição dos orgânicos e que 46% deles tem idade superior a 41 anos."É um público com formação acadêmica, que busca se informar e que ultrapassou um nível sócio-econômico mínimo. Eles estão com a vida estabelecida, têm filhos e procuram uma alimentação mais saudável para a família", diz.Logo atrás do cuidado com a saúde como principal estímulo para compra dos orgânicos pelos moradores do DF, foi citada a preocupação com o meio ambiente por 33% dos entrevistados (agrotóxicos, usados para cultivo das hortaliças e legumes tradicionais, podem contaminar o solo e cursos d'água).Curiosamente, a equação entre as duas variáveis muda de acordo com a idade do consumidor. Os entrevistados acima de 61 anos conferem 92% de importância à preocupação com a saúde e 17% ao meio ambiente. Já os na faixa dos 20 anos, colocam, respectivamente, 50% e 50% para cada um.